quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Dificilmente eu Não amaria...

           Não a possibilidade de alguém ama outra pessoa somente pelas qualidades que ela tem, se fosse assim os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de espera com direito a senha para atender todos pretendentes que apareceriam na sua porta. O amor não é muito do tipo de fazer contas, não segue padrões e muito menos obedece à razão. O verdadeiro amor ele acontece do nada, ele surge através de um magnetismo, por uma química que ninguém consegue explicar facilmente mas ela existe.
          Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Leoni. Isso são só referenciais, eu amo pelo cheiro que ela tem, pelo mistério que é olhar sempre para os olhos dela nem sempre ter todas as respostas, pela paz que ela me dá quando estou do lado dela, ou ate mesmo  pelo tormento que as diferenças que temos fiquei parecendo que ela me provoca, eu amo ela pelo tom de voz que ela tem quando atende o telefone, quando diz que me adora mesmo eu ligando de madrugada só pra dizer que sou louco por ela, pela maneira que os olhos dela piscam ou quando se encontra em certos momentos de fragilidade que se revela quando menos se espera.
          Você quando ama de verdade chega até a amar os momentos mais petulância. Você escreve dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco, você gosta de sertanejo e ela de MPB, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você nem liga muito pro Natal e ela detesta o Ano Novo, acaba que nem no ódio vocês combinam direito.
          Mas ai que vem o charme do amor, por que ela tem um jeito de sorrir que o deixa você paralisado, o beijo dela é mais viciante do que qual quer outro tipo de Droga, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome "AMOR", você ama do mesmo jeito. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário e mesmo assim pra você ele esta lindo. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e tem um jeito diferente. Ele não tem a
menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo.
          Quando a mão dele toca na sua nuca, você se derrete toda. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama este cara? Essa pergunta é realmente difícil de responder, mas você é inteligente; Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes e sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.

           Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora adora estar bem acompanhada, conta piadas que não tem a mínima graça mas pra ele são os melhores momentos da vida dele. Com um currículo desse, difícil não amar ela.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

SAUDADE DÓI .....

Trancar o dedo numa porta dói.
Bater com o queixo no chão dói.
Torcer o tornozelo dói.
Um tapa, um soco, um pontapé, doem.
Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua,
dói cólica, cárie e pedra no rim.
Mas o que mais dói é a saudade.

Saudade de um irmão que mora longe.
Saudade de uma cachoeira da infância.
Saudade de um filho que estuda fora.
Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais.
Saudade do pai que morreu, do amigo imaginário que nunca existiu.
Saudade de uma cidade.
Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa.
Doem essas saudades todas.

Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama.
Saudade da pele, do cheiro, dos beijos.
Saudade da presença, e até da ausência consentida.
Você podia ficar na sala e ela no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá.
Você podia ir para o dentista e ela para a faculdade, mas sabiam-se onde.
Você podia ficar o dia sem vê-la, ela o dia sem vê-lo, mas sabiam-se amanhã.
Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se menor,
Ou quando alguém ou algo não deixa que esse amor siga,
Ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.
Saudade é basicamente não saber.
Não saber mais se ela continua fungando num ambiente mais frio.
Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa daquela alergia.
Não saber se ela ainda usa aquela saia.
Não saber se ele foi na consulta com o dermatologista como prometeu.
Não saber se ela tem comido bem por causa daquela mania
de estar sempre ocupada;
se ele tem assistido às aulas de inglês,
se aprendeu a entrar na Internet
e encontrar a página do Diário Oficial;
se ela aprendeu a estacionar entre dois carros;
se ele continua preferindo Malzebier;
se ela continua preferindo suco;
se ele continua sorrindo com aqueles olhinhos apertados;
se ela continua dançando daquele jeitinho enlouquecedor;
se ele continua cantando tão bem;
se ela continua detestando o MC Donald's;
se ele continua amando;
se ela continua a chorar até nas comédias.

Saudade é não saber mesmo!
Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos;
não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento;
não saber como frear as lágrimas diante de uma música;
não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.
Saudade é não querer saber se ela está com outro, e ao mesmo tempo querer.
É não saber se ele está feliz, e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso...
É não querer saber se ele está mais magro, se ela está mais bela.
Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim doer;

Saudade é isso que senti enquanto estive escrevendo e o que você,
provavelmente, está sentindo agora depois que acabou de ler...
Miguel Falabella